Os especialistas conhecem o Atlas Lingüístico de la Península Ibérica  (ALPI) como o atlas do grande domínio peninsular, concebido, nos primeiros anos do século XX, por Ramón Menéndez Pidal e a sua equipa na Secção de Filologia do Centro de Estudios Históricos (CEH) de Madrid, que pertencia à Junta para la Ampliación de Estudios (JAE). O director dos trabalhos foi Tomás Navarro Tomás.
 
O Atlas Lingüístico de la Península Ibérica  surgiu no âmbito da Geografia Linguística europeia da altura, impulsionada, naqueles primeiros anos do século, pela publicação do Atlas Linguistique de la France (ALF) de Jules Gilliéron. Como explica Navarro Tomás na sua Noticia histórica del ALPI (1975: 9):

En 1914 quedaron ya definidas las líneas generales del proyectado atlas. En primer lugar, no se limitaría a la parte de España de lengua castellana, sino que abarcaría toda la unidad lingüística románica de la Península y se titularía Atlas Lingüístico de la Península Ibérica (ALPI). Su objeto sería recoger el material necesario para ofrecer una representación de la lengua popular hablada en pueblos menores y antiguos por personas iletradas o de escasa cultura, entre los cuarenta y los sesenta años de edad.
[Em 1914, ficaram já definidas as linhas gerais do planeado atlas. Em primeiro lugar, não se limitaria à parte de Espanha de língua castelhana, mas abarcaria toda a unidade linguística românica da Península e intitular-se-ia Atlas Lingüístico de la Península Ibérica (ALPI). O seu objectivo seria recolher o material necessário para oferecer uma representação da língua popular falada nas localidades pequenas e antigas por pessoas iletradas ou de escassa cultura, entre os quarenta e os sessenta anos de idade.]

 
Apesar do projecto ter sido idealizado no início do século, as circunstâncias foram-no atrasando e os questionários do ALPI só foram impressos em 1930. Entre 1931 e 1936 foram realizados rapidamente quase todos os inquéritos. Só que, depois da guerra civil, houve que esperar bastante tempo para que, com a colaboração de vários dos investigadores do projecto inicial, sob a orientação, desde o exílio, de Navarro Tomás, se retomassem, no CSIC, os trabalhos que, finalmente, permitiram editar, em1962, o único volume publicado até ao momento.
 
Esta página apresenta uma breve história do atlas e das suas bases metodológicas, com os avanços do projecto intramural do CSIC que, desde 2009, está tratando os materiais inéditos do ALPI, que poderão ser consultados através da ferramenta informática, acessível no separador Consulta.